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Um Sofá no Chiado

Não sei se vos acontece isto que me ocorre. O que me ocorre, venha de onde vier,é isto que me acontece.

Da mesma família

fado falado

duna lounge

Do mesmo sangue

a camara escura

Amigos

a coluna vertebral

quem és tu de novo

do alto da penha

escola de lavores

ficções e fixações

o insubmisso

um bigo meu

virtualmente irreal

Foto-pilhagem

aqui, maioritariamente, excepto o at random do costume

27 fevereiro, 2007

Diarios do Chile - XXXIV - Pela madrugada, as borbulhas
Eram três da manhã quando o despertador tocou. Nem para trabalhar me levantei alguma vez a esta hora. Colocámos as tralhas nas mochilas e nos sacos – cada vez mais sacos acumulando recuerdos de tanto quilómetro extraordinário desta América do Sul. Às quatro da manhã, chega uma pick up e um homem de poucas falas. Afável, saberíamos mais tarde, mas para já apenas conselheiro: “durmam, vão sofrer menos com a altitude. Daqui a duas horas, chegaremos aos geysers.” A viagem numa estrada pedregosa foi qualquer coisa de assombrosa, fantasmagórica no escuro do deserto, pressentindo montanhas andinas, riachos persistentes e luzes de outras carrinhas avermelhando em pintas o quadro negro do caminho para El Tatio.

São seis da manhã. Vejam lá se conseguem ver alguma coisa.


Clarões fornecidos pelos faróis das carrinhas ajudam a vizualizar essas fendas de onde saem jorros de água a ferver a mais de 800 graus.


O campo geotérmico de El Tatio ganha luz. A água vai saindo de tudo quanto são fendas na terra vulcânica. Estamos a 4200 metros de altitude. El Tatio é a palavra que quer dizer “o velho que chora”. Se olharmos bem para a montanha ele está lá deitado, na colina, com as mãos sobre a barriga.
O nosso guia – a quem lamentavelmente nem perguntámos o nome – trouxe pequeno almoço para nós. Café quente, bolos e sandes, com vista para o geyser, onde o calor aqueceu o pacote de leite para a refeição !

Pelas nove horas, um dos maiores campos geotérmicos do mundo cessa seus turísticos vapores. É tempo de registar cores incríveis da terra fervilhante.




José Pedro Frazão at 05:13